Antonio Pérez: visão e estratégia na restauração moderna
Antonio Pérez é uma referência no sector da restauração em Espanha. Com uma trajetória que inclui a criação e aquisição de marcas como Panaria, The Black Turtle e Mahalo Poké, o seu foco tem sido a construção de grupos multimarca com sinergias estratégicas e uma sólida estrutura financeira. Atualmente, lidera o grupo Tagus Tao, a partir do qual impulsiona o crescimento das suas marcas num sector altamente competitivo.
Nesta sessão exclusiva de perguntas e respostas, Antonio partilha a sua opinião sobre a evolução do fast casual em Espanha, a importância da digitalização e da sustentabilidade na indústria da restauração e as principais aprendizagens que adquiriu na sua carreira. Também dá conselhos aos novos empresários que pretendem entrar no sector.
1. historial e visão empresarial
P: Esteve envolvido na criação e aquisição de várias marcas no sector da restauração. Como começou o seu percurso neste sector e o que o levou a fundar e a liderar conceitos como Panaria, The Black Turtle e Mahalo Poké?
R: A minha visão é criar grupos multimarcas que permitam sinergias entre si, força e músculo financeiro para poderem competir.
P: Quais foram as maiores aprendizagens na sua carreira de empresário de restauração?
R: Que não se vai compreender o cliente, mas que se pode olhar para ele e ver o que faz, que todos os dias se começa do zero e, finalmente, que a nossa corrida é uma maratona e não uma corrida de 100 metros.
2. Expansão e crescimento do sector
P: Em 2023, adquiriu a Mahalo Poké depois de comprar a The Black Turtle. Qual foi a visão estratégica subjacente a esta expansão?
R: Marcas complementares, o mesmo cliente mas um momento de consumo diferente.
P: Com o crescimento de ambas as marcas sob o grupo Tagus Tao, que desafios enfrentou na gestão de dois conceitos muito diferentes sob uma única estrutura?
R: Dar-lhes a todos a mesma dedicação e concentração.
P: Como vê a evolução do fast casual em Espanha e que oportunidades pensa que existem para o crescimento deste modelo de negócio?
R: A tendência natural é crescer neste segmento, e a Espanha tem vindo a seguir este caminho desde a recuperação da crise de 2008-13.
Os novos produtos e a autenticidade são fundamentais.
P: Quais são as próximas etapas de expansão do Mahalo Poké e da The Black Turtle?
R: Crescimento sensível das unidades, mas melhorando sempre a rentabilidade global do grupo.
3. Inovação e tendências no sector da restauração
P: A digitalização está a transformar a forma como os restaurantes funcionam. De que forma é que a tecnologia teve impacto nas operações das vossas marcas?
R: Muito bem, embora não existam ferramentas disruptivas no mercado (porque o cliente não as quer).
P: Qual a importância dos canais digitais e da distribuição no crescimento do Mahalo Poké e do The Black Turtle?
R: Faz parte da nossa abordagem natural ao cliente: são soberanos e decidiram ficar em casa muito mais do que antes da pandemia. Também decidiram que a comunicação da marca é aborrecida e preferem ser informados por pessoas que estão de passagem e são pagas.
P: A sustentabilidade é um fator cada vez mais importante no sector. Que medidas está o grupo a implementar para reduzir o seu impacto ambiental?
R: Há cinco anos que utilizamos eletricidade renovável, proibimos a utilização de plásticos descartáveis nos centros e utilizamos uniformes e papel reciclados.
4. Empreendedorismo e conselhos para novos empresários de restauração
P: Na sua opinião, quais são os erros mais comuns cometidos pelos empresários que pretendem abrir o seu próprio restaurante?
R: Copiar o vizinho do lado porque ele está a ir bem.
P: Se tivesse de dar três conselhos fundamentais a alguém que queira lançar uma cadeia de restaurantes hoje em dia, quais seriam?
R: Não copiar, ser rentável desde a primeira loja, não fazer franchising até ter várias lojas próprias.
P: Que competências ou mentalidade pensa que um empresário precisa para ter sucesso neste sector?
R: Resiliência, criatividade, conhecimento do produto.
5. Olhar para o futuro
P: Como imagina o sector da restauração em Espanha nos próximos 5-10 anos? Que tendências pensa que irão moldar o futuro do fast casual?
R: Assistiremos a novos conceitos baseados em novos produtos e a uma maior quota de mercado a favor da restauração organizada.
P: Se pudesse começar de novo na indústria com todo o conhecimento que tem agora, faria alguma coisa diferente?
R: Rodeava-me das pessoas mais criativas.
P: Que legado gostaria de deixar no sector da restauração?
R: O seu maior legado é a sobrevivência das marcas que fundou, bem como das equipas que lhe telefonam todos os anos para saber como está.
Conclusão
A visão de Antonio Pérez reforça os princípios que nós, no theRest, aplicamos: diferenciação da marca, crescimento sustentável e digitalização estratégica. A sua aposta na rentabilidade e na autenticidade são pilares do nosso trabalho com a restauração. Se pretende impulsionar o seu negócio de acordo com estas tendências, no theRest podemos ajudá-lo.
